A Metamorfose da
Adolescente
Já disse que o bebê
é uma criatura extraordinária, mas O adolescente é mais, pelas razões
expostas. Agora vejo que A adolescente é também, embora por
razão diferente. Então, todos são importantes? Sim, é claro, mas uns são mais
importantes que outros. As adolescentes são importantes, porque devem fazer
essa mudança, mas os adolescentes são mais que importantes, são fundamentais.
AS ADOLESCENTES (inventando um
símbolo)
O que vem de trás é semelhante ao que
vai para frente; muda somente a forma, já que os óvulos estão lá desde o
princípio, tendo vindo com a biologia/p.2; e a Língua das Mulheres não é
alterada.
Com os adolescentes passa-se algo de
completamente diferente; não apenas altera a forma como também o conteúdo, ou
seja, até os 13 anos eles eram meninas e depois passam a guerreiros,
abandonando a psicologia anterior por uma nova, o que não acontecer com a
meninas. Metamorfose dupla, de forma e de conteúdo.
O
SALTO DOS ADOLESCENTES
X
Postas essas diferenças, há que
investigar as meninas.
Veja que elas nasceram com biologia
própria, mas não com psicologia sua; quando o corpo anuncia na menstruação que
está havendo mudança, SUBITAMENTE a alma deve mudar também, passando do corpo
andrógino a plenamente MULHERES (essa coisa de “cabaço” ou hímen é pura
besteira, a transformação é súbita e nada tem a ver com perder a virgindade –
isso não passa de detalhe). As meninas já são, de todo, mulheres logo na
menstruação (pode acontecer tão cedo quanto oito anos), pois se o corpo as
preparou para ter filhos como qualquer bicho, o corpo HUMANO as preparou para
ter racionalidade – então, sem quê nem para quê elas dão seu salto. É porisso
que a racionalidade das mulheres amadurece tão cedo e é porisso que a
notável vantagem neotênica dos adolescentes de envelhecer mais tarde e
poder aprender mais estava perdida para elas nas sociedades mais antigas.
Assim, é de tudo interessante para elas não ter filhos cedo, porque param de
aprender. São instantaneamente congeladas naquele ponto. Só as socieconomias
mais avançadas lhes interessam, onde possam ter filhos aos 20, 28, 36; mas isso
vai custar, pela ausência de satisfação da biologia, grandes perdas
psicológicas. Em toda socioeconomia onde as queiram calar vão fazê-las ter
filhos cedo, e muitos, porque então tanto o corpo quanto a alma se volta para a
sobrevivência da racionalidade, que não é mais isolada como no homem, é
conjunta. Não fazem sobreviver só os corpos dos filhos, mas suas mentes.
Bichos fazem sobreviver corpos, só
psiques podem fazer sobreviver outras almas; e isso num mundo que é, PARA CADA
UMA, complemente hostil.
O corpo foi herdado de trás, dos 100
milhões de anos primatas e dos 10 milhões de anos hominídeos, mas foram só os
100, 50 ou 35 mil anos sapiens que proporcionaram a elas as defesas racionais
extremas contra a biologia/p.2 anterior e contra a psicologia/p.3 atual,
especialmente dos homens, seus iguais, mas potenciais inimigos: o inimigo que
dorme ao lado. Então, no espaço de um ou dois anos desde a menstruação as novas
mulheres devem aprender a fazer sobreviver PSICOLOGICAMENTE a espécie. Não
admira mesmo nada que elas sejam tão ardilosas, verdadeiras raposas manhosas. E
nós devemos agradecer que tenham sido assim (contudo, isso não nos fez estudar
com mais atenção e carinho essa fase especial da humanidade feminina).
Vitória,
quarta-feira, 08 de setembro de 2004.
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