A Geo-História de
Cada Ponto Visto dos Outros Lados
Quando lemos a
história lá está em geral a versão do vencedor; poucas vezes lê-se em livros
alternativos a versão dos derrotados ou uma furiosa e revoltada versão
revolucionária. Quando li partes da história mundial segundo a versão da então União
Soviética fiquei espantadíssimo de ver seus historiadores chamarem a Segunda
Guerra Mundial de Grande Guerra Pátria (pois de 60 milhões de vidas perdidas
1/3 ou 20 milhões foram deles).
Mas aqui teríamos um
pedido diferente.
Por exemplo, como
foi a Queda de Constantinopla contemplada em cada conjunto civilizatório?
TANTAS QUEDAS NUMA QUEDA SÓ
·
Vista
do Ocidente;
·
Vista
do Oriente (China, Japão, vários países do Sudoeste da Ásia);
·
Vista
do mundo árabe;
·
Vista
da África negra; etc.
Isto é, como a Queda de Constantinopla
foi retratada em cada cultura-nação? Como cada país refletiu sobre a Queda?
Como afetou cada nação, se é que o fez? Poderíamos refletir mais sobre esse
acontecimento que foi chocante para o Ocidente e está até hoje em nosso
imaginário como uma violência inaudita.
E assim por diante. Um acontecimento
que foi considerado central para os árabes, a conversão de Maomé ao monoteísmo,
não tem maior significado para os não-muçulmanos. Poderíamos colocar os
historiadores do mundo inteiro tratando de cada ponto mais ou menos importante
da história do mundo, agora que está havendo a globalização. Digamos, abordar
os 1.000 mais importantes pontos da GH em outros tantos livros. Cada ponto
teria – suponhamos – 20 capítulos, devidos a 20 povos diferentes olhando por
meio de colegiados de geo-historiadores, visando evitar as armadilhas que
seriam as descrições muito duras. Essa biblioteca básica nos ajudaria demais,
tanto a relativizar o olhar único que existe (em geral do Ocidente) quanto a prestar
atenção a todas as visões mundiais, começando a ter de fato uma abordagem
humana global da GH.
Vitória, quinta-feira, 19 de agosto de
2004.
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