segunda-feira, 15 de maio de 2017


Primeiro Pensamento

 

                            No modelo da caverna ficou claro que os homens (machos e pseudofêmeas) caçadores saíam por dias, semanas e meses e quando voltavam era uma festa geral, especialmente para as mulheres (fêmeas e pseudomachos). Ficavam além delas crianças, velhos e velhas (não mais considerados homens e mulheres, daí o nome diferente), anões e anãs, os julgados inúteis (aleijados e doentes), gatos, cachorros pequenos que não serviam para a caça; creio que numa proporção de 10/90 entre os que iam e as que ficavam. As mulheres que permaneciam não deixavam de se divertir, mas era na volta que acontecia a grande orgia, como está descrito em várias partes, especialmente em A Família é uma Aberração, neste Livro 66.

                            Desde quando tinham surgido os primatas (duraram 100 milhões de anos), passando pelos hominídeos (10 milhões de anos) e os sapiens (100, 50 ou 35 mil, não se sabe), a nova ordem da Natureza foi acumular sabedoria, o que significa mais que tudo multiplicação sexual dos sábios, levando a sexo contínuo e ininterrupto. Não havia sábado nem domingo, divisão da semana, dia santo ou feriado, tudo era consecutivo e as mulheres tinham de estar grávidas O TEMPO TODO (acho que esse estado permanente levou a natureza a projetar as inférteis, porque não há sentido lógico outro para elas senão ajudar as férteis; o problema dos inférteis, como o das anãs, é mais difícil de resolver). Isso queria dizer sempre BARRIGA, BARRIGA, BARRIGA cheia, prenhez contínua, 100 % do tempo menos a utilidade de reprogramar o útero. Era obsedante mesmo para elas. A Natureza, COM TODA CERTEZA, preparou as mulheres para buscarem os depósitos de esperma, por mais que isso significasse enjôos e dores posteriores, e os homens para realizá-los a torto e a direito, TODO O TEMPO disponível; tanto é assim que se deverá achar que as pseudofêmeas, embora não possam fazê-lo, só por terem mente masculina estarão programadas obsessivamente para tal. E os pseudomachos, ainda que não tenham útero, se sentiam predispostos mal saíam de sua gravidez imaginária.

                            Assim, o primeiro pensamento é sempre o sexo e Freud (judeu austríaco, 1856-1939) estava maravilhosamente certo, o que é tanto mais admirável quanto ele o disse durante o período vitoriano (rainha Vitória da Inglaterra, 1819 a 1901, no trono a partir de 1837 – aqueles 64 anos desde essa data, que levaram ao enrijecimento dos costumes), dado que sua akmé (apresentação, em grego, meio de sua vida, como defini) se deu em 1897, quando tudo estava mais congelado que nunca antes.
                            Vitória, sábado, 14 de fevereiro de 2004.

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