Primeiro Pensamento
No modelo da caverna
ficou claro que os homens (machos e pseudofêmeas) caçadores saíam por dias,
semanas e meses e quando voltavam era uma festa geral, especialmente para as
mulheres (fêmeas e pseudomachos). Ficavam além delas crianças, velhos e velhas
(não mais considerados homens e mulheres, daí o nome diferente), anões e anãs,
os julgados inúteis (aleijados e doentes), gatos, cachorros pequenos que não
serviam para a caça; creio que numa proporção de 10/90 entre os que iam e as
que ficavam. As mulheres que permaneciam não deixavam de se divertir, mas era na
volta que acontecia a grande orgia, como está descrito em várias partes,
especialmente em A Família é uma
Aberração, neste Livro 66.
Desde quando tinham
surgido os primatas (duraram 100 milhões de anos), passando pelos hominídeos
(10 milhões de anos) e os sapiens (100, 50 ou 35 mil, não se sabe), a nova
ordem da Natureza foi acumular sabedoria, o que significa mais que tudo
multiplicação sexual dos sábios, levando a sexo contínuo e ininterrupto. Não
havia sábado nem domingo, divisão da semana, dia santo ou feriado, tudo era consecutivo
e as mulheres tinham de estar grávidas O TEMPO TODO (acho que esse estado
permanente levou a natureza a projetar as inférteis, porque não há sentido
lógico outro para elas senão ajudar as férteis; o problema dos inférteis, como o das
anãs, é mais difícil de resolver). Isso queria dizer sempre BARRIGA, BARRIGA,
BARRIGA cheia, prenhez contínua, 100 % do tempo menos a utilidade de reprogramar
o útero. Era obsedante mesmo para elas. A Natureza, COM TODA CERTEZA, preparou
as mulheres para buscarem os depósitos de esperma, por mais que isso
significasse enjôos e dores posteriores, e os homens para realizá-los a torto e
a direito, TODO O TEMPO disponível; tanto é assim que se deverá achar que as
pseudofêmeas, embora não possam fazê-lo, só por terem mente masculina estarão
programadas obsessivamente para tal. E os pseudomachos, ainda que não tenham
útero, se sentiam predispostos mal saíam de sua gravidez imaginária.
Assim, o primeiro
pensamento é sempre o sexo e Freud (judeu austríaco, 1856-1939) estava
maravilhosamente certo, o que é tanto mais admirável quanto ele o disse durante
o período vitoriano (rainha Vitória da Inglaterra, 1819 a 1901, no trono a partir
de 1837 – aqueles 64 anos desde essa data, que levaram ao enrijecimento dos
costumes), dado que sua akmé (apresentação, em grego, meio de sua vida, como
defini) se deu em 1897, quando tudo estava mais congelado que nunca antes.
Vitória, sábado, 14
de fevereiro de 2004.
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