Passeando nos
Terraços com os Deuses
Olhemos de novo O Monte Adão (Livro 66) em Uruk,
Suméria, hoje Warka, Iraque onde desde há seis mil anos Adão, Eva, Set e os
descendentes deles todos se tornaram multidão encastelada vivendo sorridentes
do trabalho humano numa super-residência de milhares de quartos, a Morada dos
Deuses, o monte Olimpo. Como vimos, devia haver um porto ao pé do morro
defensável, no qual foram construídas várias muralhas circulares, em volta
havendo sido construídas certamente muitas palhoças e depois casas de adobe dos
inumeráveis servos que labutavam nas plantações internas (só para os “deuses” e
os sacerdotes) e externas (para os reis, os soldados, os comerciantes, os
braçais). Devia essa cidade se estender a perder de vista, com uma rede de
estradas levando ao porto e por terra a toda rota de comércio, trazendo os
produtos apreciados e levando algumas coisas de confecção local que os povos
mais atrasados não tinham.
Na medida em que se
faça o filme deve-se colocar o contraste da tranqüilidade da bela e doce vida
parasitária dos “deuses” com a labuta infernal dos servos, que dia a dia se
tornava mais opressiva, na medida em que, aumentando sempre o número dos
adâmicos, os padres cobravam mais tributos dos reis e estes dos demais, em cascata,
chegando até os trabalhadores braçais. Os “deuses” devem ser vistos passeando,
comendo reclinados em coxins, tomando banho em piscinas ou de sol, bebendo
vinho e cerveja, conversando, debatendo temas, curiosos com o serviço alheio,
mas sem nunca pegar no pesado – isso deve ser bastante frisado, na medida em
que tal opressiva exigência de mais trabalho será vista como motivo da revolta
posterior em Taré é Acossado e O Cerco de Tróia Olímpica (ambos neste
Livro 67). Ou seja, os servidores foram acumulando raiva por séculos e
milênios, mas logo no início eram deferentes, atenciosos com os atlantes, a
relação sendo muito amistosa, pois eles iam apressados e satisfeitos servir - vestidos
e calçados e tratados das doenças por meio de “mágicos” comprimidos, enquanto
aqueles lá de fora andavam nus e de pé no chão, morrendo como moscas. Cooptados
que foram, capturados para o serviço divino, sentiam-se no sétimo céu na
Montanha dos Deuses, onde Zeus/Adão e Hera/Eva passeavam com os seus em
completa felicidade e comunhão.
Só depois a coisa
toda descambou para o deboche e a revolta aberta, muito depois que Lorde Adão
morreu em 930 da Era Adâmica ou 2,82 mil antes de Cristo, depois de quando seus
descendentes começaram a enlouquecer.
Vitória, sexta-feira,
20 de fevereiro de 2004.
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