sexta-feira, 19 de maio de 2017


Passeando nos Terraços com os Deuses

 

                            Olhemos de novo O Monte Adão (Livro 66) em Uruk, Suméria, hoje Warka, Iraque onde desde há seis mil anos Adão, Eva, Set e os descendentes deles todos se tornaram multidão encastelada vivendo sorridentes do trabalho humano numa super-residência de milhares de quartos, a Morada dos Deuses, o monte Olimpo. Como vimos, devia haver um porto ao pé do morro defensável, no qual foram construídas várias muralhas circulares, em volta havendo sido construídas certamente muitas palhoças e depois casas de adobe dos inumeráveis servos que labutavam nas plantações internas (só para os “deuses” e os sacerdotes) e externas (para os reis, os soldados, os comerciantes, os braçais). Devia essa cidade se estender a perder de vista, com uma rede de estradas levando ao porto e por terra a toda rota de comércio, trazendo os produtos apreciados e levando algumas coisas de confecção local que os povos mais atrasados não tinham.

                            Na medida em que se faça o filme deve-se colocar o contraste da tranqüilidade da bela e doce vida parasitária dos “deuses” com a labuta infernal dos servos, que dia a dia se tornava mais opressiva, na medida em que, aumentando sempre o número dos adâmicos, os padres cobravam mais tributos dos reis e estes dos demais, em cascata, chegando até os trabalhadores braçais. Os “deuses” devem ser vistos passeando, comendo reclinados em coxins, tomando banho em piscinas ou de sol, bebendo vinho e cerveja, conversando, debatendo temas, curiosos com o serviço alheio, mas sem nunca pegar no pesado – isso deve ser bastante frisado, na medida em que tal opressiva exigência de mais trabalho será vista como motivo da revolta posterior em Taré é Acossado e O Cerco de Tróia Olímpica (ambos neste Livro 67). Ou seja, os servidores foram acumulando raiva por séculos e milênios, mas logo no início eram deferentes, atenciosos com os atlantes, a relação sendo muito amistosa, pois eles iam apressados e satisfeitos servir - vestidos e calçados e tratados das doenças por meio de “mágicos” comprimidos, enquanto aqueles lá de fora andavam nus e de pé no chão, morrendo como moscas. Cooptados que foram, capturados para o serviço divino, sentiam-se no sétimo céu na Montanha dos Deuses, onde Zeus/Adão e Hera/Eva passeavam com os seus em completa felicidade e comunhão.

                            Só depois a coisa toda descambou para o deboche e a revolta aberta, muito depois que Lorde Adão morreu em 930 da Era Adâmica ou 2,82 mil antes de Cristo, depois de quando seus descendentes começaram a enlouquecer.
                            Vitória, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004.

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