quinta-feira, 11 de maio de 2017


O Último dos Atlantes

 

Abraão foi, declaradamente na Bíblia o último que viveu além dos 120 que Deus decretou seria a quantidade maior de anos que qualquer ser humano viveria: ele atingiu 175 anos. O título faz menção explícita a O Último dos Moicanos, de James Fenimore Cooper (norte-americano, 1789 a 1851), datado de 1826, depois filmado e refilmado. Na coletânea Adão Sai de Casa coloquei Adão, Eva e Set e seus descendentes adâmicos como atlantes que chegaram à Terra - vindos de fora do planeta - em 3,75 mil anos de Cristo, vivendo aqui por 2,15 mil anos, até 1,60 mil a.C. A partir de Abraão seus descendentes vivem apenas 120 anos ou menos.

Filho de Taré, que viveu um pouco mais, saiu com seu pai de Ur, na Caldéia (onde muito antes, em 3,5 mil a.C., Adão, Eva e Set foram retratados em cerâmica no Vaso de Warka), migrando, como diz a Bíblia, até se estabelecer lá adiante. Abraão foi o único (até onde sei) que, ousadamente, arrojadamente se pôs a altercar (modo de dizer) com Deus - que disfarçadamente deve ser mostrado rindo – sobre poupar Sodoma (= SATANÁS, na Rede Cognata, veja Livro 2, Rede e Grade Signalíticas) e Gomorra (= CRIME), o que é sinal de grande apreço. Isso só já serve para criar em torno dele um superepisódio de Adão Sai de Casa, um filme mais extenso narrando sua vida, até porque há cenas muito plásticas da esposa de Lot transformada em estátua de sal, a destruição dupla das duas cidades pecaminosas, a cessão dele ao sobrinho da direção-sentido que este desejasse tomar, etc. Enfim, Abraão vale um filme inteiro, por si só. Como é chamado de Patriarca por três religiões monogâmicas (judaísmo, com uns poucos milhões de seguidores; cristianismo, com 2,0 bilhões; islamismo, com 1,3 bilhão), é público certo, aos bilhões – mesmo um décimo já seriam 330 milhões de espectadores, se for filme surpreendente, na trilha de ASC (Adão Sai de Casa), sustentação daquele, como o último dos atlantes ou augustos a viver na Terra, passando os mantos, as coisas que sobraram de seus antepassados e sendo enterrado reverentemente nalgum lugar ignoto (as três religiões estão buscando o túmulo mesmo após 3,6 mil anos).

Só o título já vai encantar meio mundo, religioso ou não, e a idéia implícita de perseguição, de vida difícil do último dos representantes, mais ainda.

Vitória, sábado, 07 de fevereiro de 2004.

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