Os
Saberes da Pedra
Decisão monocrática quer dizer decisão pelo “poder
(cratos) de um (mono)” e decisão pétrea significa decisão DURA como pedra,
inquebrantável ou sólida ou inalterável, inquebrável, que não se pode quebrar.
NO
DICIONÁRIO ELETRÔNICO HOUAISS
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MONOCRACIA.
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Substantivo feminino
Rubrica: política.
1. monarquia que engloba
diversas nações
2. regime em que o
governante detém poder ilimitado e absoluto; autarquia, autocracia
3. Derivação: por extensão de sentido.
País,
estado etc. em que impera essa forma de governo; autocracia
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-CRACIA.
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Elemento de composição
pospositivo,
do gr. krátos,eos,ous 'força, poder, autoridade' + o suf. -ia,
formador de subst. abstr., segundo padrão depreendido do gr. demokratía
'governo popular, democracia'; a acentuação (cf. o esp. democracia com
o acento sobre cra e o fr. démocratie com o acento no tie =
ci) deve ter sofrido influência fr. nessa pal., dela irradiando-se para
os comp. homólogos: acracia, antiaristocracia,
antidemocracia, aristocracia, aristodemocracia,
autocracia, burocracia, cafeocracia, canalhocracia,
democracia, dulocracia, escravocracia, estratocracia,
etocracia, fisiocracia, gerontocracia, ginecocracia,
mediocracia, mesocracia, milionocracia, oclocracia,
oligocracia, papelocracia, pedantocracia, plutocracia,
pornocracia, sociocracia, talassocracia, tecnocracia,
teocracia, timocracia, vulgocracia; a maioria desses comp.,
originados a partir do sXIX e e cujo surgimento intensificou-se no sXX, é de
palavras ad hoc e não raro pejorativas
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MONOS
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Elemento de composição
Antepositivo, do gr. mónos,é,on 'único, só, solitário, isolado; um só ser, uma única
coisa'; ocorre em voc. já orign. gregos, como monacanto (monákanthos),
já em cultismos a partir, principalmente, do sXIX: monantero, monáptero,
monauricular, monaxial, monobacilar, monobromado,
monocarpelar, monocefalia, monociclo, monócito, monocórdio,
monocromo, monodimensional, monodiplopia, monofásico,
monogâmico, monoiodado, monossacarose, monotipia,
monovitelino, monóxido etc.; entre esses, vocábulos da
terminologia química, com a acp. de uma só molécula de um corpo (designado
pela pal. que se segue), como, p.ex., monácido/monoácido, monatômico/monoatômico,
monobásico, monocloreto, monovalente etc.; vale notar a
ocorrência de voc. formados a partir dos segg. derivados do gr.: 1) do
gr. monás,ádos 'único, solitário, isolado; unidade', através do lat. monas,àdis 'unidade': mônade/mônada, monadário,
monadismo, monadista, monadologia, monadológico, monadologista,
monadólogo; como interpositivo, o el. -monad-, ocorre, p.ex.,
em himenomonadácea; 2) do gr. monakhós,ê, ón 'único, que vive sozinho, monge': monacagem, monacal,
monacalmente, monacato, monaquismo, monaquização,
monaquizar, monge (< ant. provç. monge < lat.vulg.
*monicu < lat. monachu [cl. monachus] < gr. monakhós),
monja; 3) do gr. monastikós,ê,ón 'solitário; relativo à vida solitária' (< gr. monastês 'monge' < v.gr. monázó 'ser solitário, viver solitário'
< gr. mónos): monastical, monasticismo, monasticista,
monasticístico, monástico; 4) do gr. monástria,as
(< gr. monázó) 'freira, religiosa', pelo lat. monastrìa: monástria; 5) do gr. monastérion,ou
'residência solitária, mosteiro', através do lat. monasterìum,ìi 'mosteiro', os voc. monastério, por via erudita, e
mosteiro, por via vulg.; 6) do gr. mónarkhos,os,on 'que
comanda sozinho; soberano' (< gr. mónos + v.gr. arkhó 'ser primeiro; guiar, conduzir;
comandar; iniciar etc.'): monarca (< lat. monarcha < gr. monárkhés < mónarkhos), monarcófago, monarcólatra,
monarcolatria, monarcolátrico, monarcômaco, monarcomaquia,
monarcomáquico, monarcada, monarquia (< lat. monarchia
< gr. monarkhía), monarquiação, monarquianismo, monarquianista,
monarquianístico, monarquiar, monarquicamente,
monárquico (< gr. monarkhikós), monarquismo, monarquista,
monarquização, monarquizar
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Isso é coisa incrível numa república (coisa pública,
em que o poder emana do povo e é exercido em seu nome) e numa democracia (que é
palavra composta de demos, povo, e cracia, poder, poder do povo, ambas
remetendo ao povo), por exemplo, na república democrática do Brasil. Se o único
poder definido no contrato social coletivo chamado Constituição Federal é o do
povo (os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário SÃO EXERCIDOS, constituem
exercício que NUNCA pode esquecer o remoto doador - chamado povo -, NEM POR UM
INSTANTE): que um juiz, qualquer que seja sua altura (até o supremo Gilmar),
possa ser monocrata como imperador e pétreo ou indestrutível, com suas decisões
suprimindo as posteridades da democracia, sujeitando-a a cortes temporais,
remetendo o futuro ao passado, aprisionando as possibilidades num passado cada
vez mais distante e intocável é intolerável.
Os juízes não são verdadeiramente supremos, o
povo é que é e, acima deste, Deus, que está acima de tudo, inclusive da
Natureza. Dizer que certos saberes são superiores ao povo significa dizer que a
carroça leva o burro, é dizer não a lógica, mas o contrário, o ilógico como
padrão. É burrice. Não existe nenhum saber pétreo diante do povo, nem decisão
verdadeiramente pétrea, que não possa ser contestada pelo povo soberano. Inúmeras
vezes o povo fez revoluções e rebentou com os fingimentos das elites.
Vitória, terça-feira, 9 de maio de 2017.
GAVA.
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