Olhando Sara de Perto
Os portugueses dizem
Sara e nós Saara para o deserto imenso (segundo o Koogan/Houaiss de papel, Rio de Janeiro, Delta, 1993, ele tem 5.000
por 2.000 km, portanto uma área que é, grosso modo, de 10 milhões de km2;
segundo a Enciclopédia Ilustrada do
Estudante 10, rio de Janeiro, Globo, 1992, tem 8,4 milhões de km2
– e está aumentando sempre) no Norte da África. Em todo caso, ou é área próxima
da do Brasil (8,5 milhões de km2) ou é maior. É grande, mesmo.
Em Engolindo o Mediterrâneo, no Livro 65,
vimos que a placa européia vem de cima e a placa africana vem de baixo e estão
se chocando, como os cientistas dizem; mas, mais que isso – o que eles não
dizem – elas estão passando sobre uma terceira, que era o antigo oceano,
reduzido ao Mediterrâneo. Em resumo, as duas placas - caminhando uma contra a
outra - estão passando por cima de uma terceira que contém, caso único no
mundo, o antigo mar-oceano diminuído para o tamanho do Mediterrâneo.
Todo o Saara está
MONTANDO O MEDITERRÂNEO, subindo nele, e todo ele ficará mais ou menos da mesma
altura, mais de quatro ou cinco quilômetros de altura, até mais, como na cadeia
do Himalaia. O mesmo está acontecendo com a Europa, é claro, e há mais tempo,
pois a África demorou a encontrar a placa agora mediterrânea, pois era mar
aberto, sem qualquer encapsulamento. É um caso único, de fato, em que todo o
Norte da África está sendo levantado por cima da placa que sempre esteve
coberta de água. Isso transforma o Saara num ambiente que, além de já ser diferente
por ser deserto ainda guarda essa propriedade formidável de ser uma placa
inteira montando em outra, e não somente com a frente, caso em que a outra
estaria mergulhando no manto. No caso do Saara, não, toda a placa mediterrânea
está afundando irremediavelmente. A placa mediterrânea inteira está sendo
comprimida para baixo ao mesmo tempo e não somente a ponta, como acontece com a
placa de Nazca.
Assim sendo, todo o
Saara será um imenso platô (bem como a Europa, embora não pareça), um espantoso
projeto da Natureza.
Vitória,
terça-feira, 17 de fevereiro de 2004.
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