quarta-feira, 10 de maio de 2017


O Custo da Reconstrução

 

                            Se, como está posto indiretamente em Pessoambientes em Guerra e em Praças de Convivência, neste Livro 64, deveremos reconstruir as casas, os prédios de apartamento, as praças, os prédios de repartições, as fábricas e tudo mais para um nível de proximidade e convivência que desconhecemos ainda, isso custará um tanto, como já havia dito no modelo, posteridades e ulterioridades.

                            Como é que faremos?

                            Deveremos demolir progressivamente esses prédios de agora? Como se sabe o mecanismo é conhecido: 1) os ricos constroem segundo os novos modelos audaciosos e têm antes de todos acesso aos novos prazeres e felicidades, porque dispõe de recursos sobrantes e são mais audazes, dispostos a novas iniciativas (é porisso fundamentalmente que são ricos); 2) depois vão os médios-altos copiar; 3) bem mais tarde vão os médios, herdeiros das comodidades; 4) décadas depois os pobres ocupam as antigas casas dos ricos, médios-altos e médios, quando já se semi-favelaram; 5) os miseráveis vão séculos mais tarde, se chegam a ir – é fatal.

                            Não deveria ser assim, mas é.

                            Então, objetivamente, o efeito demonstrador é para os ricos e médios-altos, é para eles que inicialmente a nova ARQUIENGENHARIA CÍCLICA construirá e os tecnartistas em geral farão suas TECNARTES CÍCLICAS. Quando, proximamente, houver uma primeira demonstração, ela será dirigida a esses espíritos que se projetam adiante, enquanto os outros buscam o conforto do passado e sofrem com ele.

                            Os próprios arquiengenheiros deverão ainda converter-se psicologicamente a essa nova modalidade de construções, reorganizando seus espaços e seus tempos psicológicos internos, antes de produzirem-organizarem os dos outros. Devem passar pela CONVERSÃO CÍCLICA, a qual não diz respeito, de modo algum, a polarizar no extremo opositor ao espaçotempo linear anterior, afastando-o, o que não vem ao caso, porque não queremos um absolutismo reverso no outro pólo, de jeito algum. O que queremos é apenas valorizar a circularidade sem afastar a linearidade – ambas cabem no mundo.

                            Vitória, sábado, 07 de fevereiro de 2004.

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