sexta-feira, 12 de maio de 2017


O Ano da Mulher

 

                            De pensar o Modelo da Caverna podemos ver que as mulheres (fêmeas e pseudomachos) não seguiam o calendário do Sol, mas o calendário da Lua, estando ligadas a esta através da menstruação (29 dias dela, não 28, mas que podem ser tomados esses meses lunares como sendo de 28, no ano 13 meses/ano x 28 dias/mês = 364 dias, perto dos 365,2427 do ano real). As fêmeas realmente e os pseudomachos simbolicamente, o que poderá ser rastreado neles até hoje.

                            É que as mulheres estavam grávidas o tempo todo, mal saindo de uma já entrando em outra, com o mínimo de tempo de “resguardo”; é a lógica da Natureza, não se pode perder tempo. Elas estavam o tempo todo “de barriga”, de modo que se o mês tinha 28 dias (e não 28, 29, 30 ou 31 dias; aliás, porque não meses com outra quantidade de dias? Os dos maias tinham 20), o ano tinha nove meses, o que pode ser procurado em culturas primitivas, embora isso não deva se referir ao mundo-exterior, masculino, e sim ao mundo-interior, feminino. E a vida delas depois da menstruação (as meninas deviam ficar ansiosas para menstruar, porque podiam então engravidar e evitar a chacota das mulheres adultas, para as quais eram detestadas competidoras por esperma; as mães, pelo contrário, ficavam com raiva, porque seria uma a mais para tentar futuro, competindo pelos machos – um anúncio vindo de trás de que elas estavam prestes a ser substituídas, de um modo ou de outro) era medida em “tantas gravidezes”, tantos “nove meses”. Digamos que a menstruação fosse aos oito (isso acontecia com uma freqüência grande, outrora): a idade dessa mulher em especial seria 8 + (9 x n), para n = 10, 8 anos + (9 x 10 = 90 meses) /12 = 15,5 anos, querendo dizer que ela já fora útil à tribo em 10 gravidezes, índice 10; deviam existir índices 20, 30, 40, o que fosse – as mulheres viviam para dar à luz (porisso é que o futuro é interessante para elas) e tantas vezes morrer no processo. Deve ter remanescido nalgum remoto canto não tocado pela civilização um modo desses de fazer contas e seria muito interessante encontrá-lo.

                            Com tantas gravidezes assim ao longo dos 10 milhões de anos hominídeos e dos 100, 50 ou 35 mil anos sapiens, é de se esperar que as parteiras tivessem adquirido um conhecimento MUITO MAIS vasto do que é aceito hoje, de fato uma perícia que só foi alcançada pela mais avançada medicina e biologia atuais. É o que penso. Tudo girava para elas em volta das gravidezes, tudo estava voltado para isso.

                            Vitória, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004.

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