segunda-feira, 15 de maio de 2017


Marx Alienado

 

                            Karl Marx (judeu alemão, 1818 a 1883) foi um dos sujeitos mais formidáveis da geo-história humana, e ele atualizou - embora sob a ótica da guerra, em razão da impaciência que a curta vida humana nos impõe – o sonho de Jesus.

                            Devo prevenir o leitor que Marx é um dos caras que mais admiro e aqui não vai nenhuma crítica a ele, senão uma precaução a respeito de todos nós. É que ele esperava que a classe proletária, os trabalhadores, fossem a classe revolucionária, enquanto o modelo mostrou nitidamente que não, não há jeito disso, primeiro porque os operários não dispõe de tempo livre para pensar, nem de condições de pensar, quer dizer, de memorinteligência de pico, a mais alta, aquela capaz de construir as novas hipóteses que contrastarão com os antigos problemas, resolvendo-os e encurralando as elites do TER (ricos, médios-altos e médios; e pobres ou médios-baixos e miseráveis cooptados ou alienados de si). Quem faz isso são as ELITES INTELECTUAIS e os pensadores em geral, chamando depois disso os operários, que são somente os braços e os corpos armados a levar os tiros, a servir de escudo no morticínio que se seguirá. Ou seja, as elites do pensamento pensam, empurram os proletários, tomam o poder e depois afastam-nos aos poucos, desde o primeiro dia a seguir. Foi assim sempre e será sempre assim. Ao não querer reconhecer o papel das elites no processo revolucionário Marx também se mostrou alienado, como qualquer um de nós é; para livrar-nos dessa alienação não podemos mais pensar em NÓS como realizadores da Revolução (em maiúscula conjunto ou grupo ou família de revoluções) e sim nas revoluções como ACONTECENDO, ou seja, não é MINHA idéia de revolução que a faz acontecer, mas ela que acontece quando as condições todas estão dadas, o que depende de todos que podem darem as condições. Quer dizer, as revoluções apenas precisam acontecer, sem que qualquer um seja dono ou mandatário. Pensando que somente o Um é não-alienado, porque estando no centro está livre de todas os condicionamentos, chegamos à conclusão de que todos sós somos alienados, estamos fora de nós. Marx também. Para você ver o quanto mesmo um grande homem pode errar.

                            Vitória, segunda-feira, 16 de fevereiro de 2004.

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