Marx Alienado
Karl Marx (judeu
alemão, 1818 a 1883) foi um dos sujeitos mais formidáveis da geo-história
humana, e ele atualizou - embora sob a ótica da guerra, em razão da impaciência
que a curta vida humana nos impõe – o sonho de Jesus.
Devo prevenir o
leitor que Marx é um dos caras que mais admiro e aqui não vai nenhuma crítica a
ele, senão uma precaução a respeito de todos nós. É que ele esperava que a
classe proletária, os trabalhadores, fossem a classe revolucionária, enquanto o
modelo mostrou nitidamente que não, não há jeito disso, primeiro porque os
operários não dispõe de tempo livre para pensar, nem de condições de pensar,
quer dizer, de memorinteligência de pico, a mais alta, aquela capaz de
construir as novas hipóteses que contrastarão com os antigos problemas,
resolvendo-os e encurralando as elites do TER (ricos, médios-altos e médios; e
pobres ou médios-baixos e miseráveis cooptados ou alienados de si). Quem faz
isso são as ELITES INTELECTUAIS e os pensadores em geral, chamando depois disso
os operários, que são somente os braços e os corpos armados a levar os tiros, a
servir de escudo no morticínio que se seguirá. Ou seja, as elites do pensamento
pensam, empurram os proletários, tomam o poder e depois afastam-nos aos poucos,
desde o primeiro dia a seguir. Foi assim sempre e será sempre assim. Ao não
querer reconhecer o papel das elites no processo revolucionário Marx também se
mostrou alienado, como qualquer um de nós é; para livrar-nos dessa alienação
não podemos mais pensar em NÓS como realizadores da Revolução (em maiúscula
conjunto ou grupo ou família de revoluções) e sim nas revoluções como
ACONTECENDO, ou seja, não é MINHA idéia de revolução que a faz acontecer, mas
ela que acontece quando as condições todas estão dadas, o que depende de todos
que podem darem as condições. Quer dizer, as revoluções apenas precisam
acontecer, sem que qualquer um seja dono ou mandatário. Pensando que somente o
Um é não-alienado, porque estando no centro está livre de todas os
condicionamentos, chegamos à conclusão de que todos sós somos alienados,
estamos fora de nós. Marx também. Para você ver o quanto mesmo um grande homem
pode errar.
Vitória,
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2004.
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