segunda-feira, 15 de maio de 2017


Fachadas Curvilíneas Totais

 

                            A coletânea A Expansão dos Sapiens (seguindo o Modelo da Caverna) mostrou que os homens (machos e pseudofêmeas) caçadores são do lado do tempo e seguem em flecha para o ponto, o alvo, ao passo que as mulheres (fêmeas e pseudomachos) coletoras são do lado do espaço e circulam, seguem ciclos. Do lado espacial os homens prezam as retas e usam-nas para indicar futuro rápido, o que agrada às mulheres; estas, embora do lado curvo, apreciam o outro lado, porque é o outro pólo do par polar de opostos/complementares homem-mulher, mas ainda mais porque é traz promessa de futuro em flecha. Em tese deveriam gostar de seu próprio lado, mas ele demoraria muito para fazer futuro, de modo que mesmo desagradadas apóiam o cubo e não o anticubo, como coloquei num dos textos que pretendo escrever.

                            Em tese deveríamos ter, então, para harmonizar, fachadas que fossem anticúbicas em três dimensões: largura (), altura () e profundidade (/), e em cada uma delas exibir curvas amaciantes que abrandassem as quinas rígidas e duras. Assim, cada esquina dura () seria amaciada, abrandada, desbastada até ficar redondinha. Isso muito faria pelo processo civilizatório, ajudando a dar fim ao excesso de conflitos. O problema é a grande maioria se afeminar, o que seria ruim, pois tudo tem implicações nos comportamentos. Será que esse destencionamento seria bom para a sexualidade? Temos de pensar em tudo. Essa flexibilização seria proveitosa em termos de alcançar futuro?

                            As fachadas passariam a ser como aquelas casas e muros na África, tudo redondinho, mas os militares poderiam não gostar, porque acaba com a agressividade (e, por estranho que pareça, eles poderiam pensar que poderíamos ser conquistados desde o espaço). A soma zero se distribui em todo o coletivo, com coisas boas e ruins. Seria preciso os arquiengenheiros lançarem alguns exemplos como balões de ensaio para ver no que vai dar, se há mais aceitação que rejeição. Isso seria um retorno parcial às cavernas redondas por dentro, o que implicaria maior presença das mulheres em termos de dominância, resultando talvez completa rejeição ou repúdio masculino.

                            Acho que as escolas de arquitetura deveriam promover mostras de novos edifícios nesse estilo para sondar a adesão geral e particular. Certamente alguns ricos e curiosos irão encomendar projetos, o que implicará em financiamento inicial.
                            Vitória, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2004.

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