segunda-feira, 8 de maio de 2017


Eva Fica Caladinha

 

                            Tendo sofrido arrasadora e taxativa derrota perante o arcanjo Gabriel e outros anjos no principio dos tempos Samael Doze-Asas não de avexa de, de tempos em tempos, tentar de novo. No mundo artificial criado para Adão não podendo atingi-lo diretamente (pois que propriedade direta de Deus) e não podendo também se apresentar visivelmente, Samael empurrou o Serpente, que tentou Eva, dada a Adão, e ela a ele, que sucumbiu, provocando a ira incontornável de Deus, porque eles tentaram em conjunto se apoderar da Geradora de Equações e Modelo (árvore do bem e do mal) e da Geradora de Tudo (que Gabriel acha ser PI, o instrumento perfeito, o cinzel da Criação = COMPOSIÇÃO).

                            Desbaratada a conspiração Adão foi posto para fora de casa (veja a coletânea Adão Sai de Casa), porque naturalmente foi leal a quem tinha sido desleal – vindo todos dar na Terra, onde montaram os cenários futuros da guerra que está em curso, como venho mostrando. A partir daí, com toda certeza, Eva ficou mais para trás, depois da cagada que fez; não só porque Adão é que foi criado por Deus e era eterno, mas principalmente por ter cometido erro tão terrível: daí por diante ela tratou de ficar bem quietinha, mesmo, caladinha, caladinha, sem dar palpites. Porém, em todo caso, devia ser uma figura magnífica em sua beleza de ANJO, mais ou menos como Tolkien pôs os elfos em O Senhor dos Anéis (no final Eru Iluvatar, EU CRIADOR, e os valar perdoam os elfos, que podem embarcar de volta; Galadriel, que representa mais ou menos Eva, vai junto).

                            Adão assumiu então plenamente (como um favor a quem cometeu o erro; mais e mais ele se tornou digno, porque pecou por insistência da amada) a guerra com o Serpente. Eva se retirou, ficou na retaguarda, parou de dar palpites. Mas deve ter sido uma trabalhadora incansável, dado que o decreto de Deus atingiu a família por culpa direta dela.

                            Veja só o que é a família!
                            Vitória, sábado, 31 de janeiro de 2004.

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