Engolindo o
Mediterrâneo
Nos textos sobre
petróleo no modelo, posteridades e ulterioridades e nos livros (siga a trilha a
partir de As Extinções e o Petróleo,
Livro 4, para frente e para trás) vimos a questão das placas tectônicas, mas
ficou pendente na minha cabeça a questão do Mar Mediterrâneo, pois há quatro
possibilidades, como em tudo: 1) as duas empatarem e nada acontecer; 2) A subir
e B descer; 3) A descer e B subir; 4) ambas mergulharem no manto.
No caso de uma subir
ela deve ter cadeias de montanhas, enquanto a outra, que está afundando no mar,
não terá e é o que acontece nos Andes na América do Sul e nas Montanhas
Rochosas, nos EUA. Mas no Mediterrâneo isso não acontece PORQUE há montanhas
dos dois lados e eu não conseguia atinar com o motivo, mas agora é claro, é
transparente: DOS DOIS LADOS ESTÃO MONTANDO.
Ou seja, tanto a
África quanto a Europa estão montando, elas não se depararam ainda uma com a
outra, porisso há cadeias de montanhas tanto em uma quanto em outra. Na África
é a Cadeia do Atlas, do Marrocos para a direita. Na Europa são os Alpes, num
arco que vai da Espanha à Turquia. Então, ambas as placas estão montando sobre
uma terceira, acima da qual resta o Mediterrâneo atual, que já foi muito maior
e está sendo engolido, no futuro nada restando dele. Ele está sendo diminuído
constantemente e fatalmente as Colunas de Hércules - entre a Espanha na Europa
e o Marrocos na África - irão desaparecer, fechando-se o Mediterrâneo para
sempre, tornando-se um mar sem abertura para o Oceano Atlântico,
constituindo-se doravante um ecossistema fechado. Em “breve”, alguns milhares
de anos, talvez, no máximo milhões, a abertura estreitará e fechará
completamente. Vários milhares de anos atrás partes que estão agora emersas da
África no Egito estavam no fundo do mar; é porisso que o Saara, onde já
ocorreram chuvas a ponto de lá haver no passado relativamente recente lagos e
vida abundante, secou completamente – ele está cada vez mais distante do mar e
das chuvas. Mais tarde o arco de montanhas do Atlas fechará em cima,
estendendo-se por cima do Egito até a Arábia Saudita, sendo então na África o
que os Alpes são agora na Europa: uma cadeia contínua. Todo o petróleo que está
no fundo do mar nunca subirá; mas certamente é muito, porque aquele páleo-oceano
tem bilhões de anos. Na medida em que a África subiu de onde estava para o
Norte-Nordeste e a Europa veio ao seu encontro os dois continentes começaram a
tampar ou vedar o antigo mar aberto.
Vitória,
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004.
Nenhum comentário:
Postar um comentário