quarta-feira, 10 de maio de 2017


Diário da Doméstica

 

                            Já escrevi em Empregada em Fascículos, Livro 56, que se deveria dar atenção especial a elas, que estão em tantos lares brasileiros e no mundo todo; ganham em geral tão pouco que exceto as poucas que ganham razoavelmente bem não poderiam comprar os fascículos, mensais que saíssem, ficando isso a cargo das patroas ou patrões.

                            Menos ainda poderiam comprar um jornal, ainda que para domésticas custasse um real e fosse um pasquim, mas aqui também as donas de casa ou os donos poderiam fazê-lo. Lembre-se que estão na cozinha e na casa toda, podendo induzir os proprietários a comprar muitas coisas, bem como adquirir algumas.

                            Mas o essencial mesmo é poder dar apoio a elas.

                            Como organizar suas vidas, como construir, como requerer direitos (o que servirá aos pagantes), como se aprimorar, o valor do estudo e mais tudo que os jornais comuns trazem, talvez com o nome de Jornal da Doméstica, Jornal da Empregada Doméstica ou o acima. E há coisas da cozinha, dos quartos, das plantas, da alimentação, de limpar, de lavar e passar, de cuidar das crianças, o que for. Há cursos a fazer no SESI, no SENAC, no SENAI, no SENAC, onde for; cursos de turismo e cursos universitários, pagos por patrões mais legais.

                            De fato, as empregadas domésticas são muito comuns no Brasil, onde há (175/4 =) quase 44 milhões de lares. Contando que os 5 % de ricos, os 15 % de médios-altos e mais os 30 % de médios, perfazendo 50 %, tenham-nas como auxiliares, são 22 milhões delas, muita gente, um mercado todo novo e nunca visto, que pode significar muito em termos de propaganda, pois o jornal entraria via cozinha e seria lido pela casa toda.

                            Vitória, terça-feira, 03 de fevereiro de 2004.

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