Diário da Doméstica
Já escrevi em Empregada em Fascículos, Livro 56, que
se deveria dar atenção especial a elas, que estão em tantos lares brasileiros e
no mundo todo; ganham em geral tão pouco que exceto as poucas que ganham
razoavelmente bem não poderiam comprar os fascículos, mensais que saíssem,
ficando isso a cargo das patroas ou patrões.
Menos ainda poderiam
comprar um jornal, ainda que para domésticas custasse um real e fosse um
pasquim, mas aqui também as donas de casa ou os donos poderiam fazê-lo.
Lembre-se que estão na cozinha e na casa toda, podendo induzir os proprietários
a comprar muitas coisas, bem como adquirir algumas.
Mas o essencial
mesmo é poder dar apoio a elas.
Como organizar suas
vidas, como construir, como requerer direitos (o que servirá aos pagantes),
como se aprimorar, o valor do estudo e mais tudo que os jornais comuns trazem,
talvez com o nome de Jornal da Doméstica, Jornal da Empregada Doméstica ou o
acima. E há coisas da cozinha, dos quartos, das plantas, da alimentação, de
limpar, de lavar e passar, de cuidar das crianças, o que for. Há cursos a fazer
no SESI, no SENAC, no SENAI, no SENAC, onde for; cursos de turismo e cursos
universitários, pagos por patrões mais legais.
De fato, as
empregadas domésticas são muito comuns no Brasil, onde há (175/4 =) quase 44
milhões de lares. Contando que os 5 % de ricos, os 15 % de médios-altos e mais
os 30 % de médios, perfazendo 50 %, tenham-nas como auxiliares, são 22 milhões
delas, muita gente, um mercado todo novo e nunca visto, que pode significar
muito em termos de propaganda, pois o jornal entraria via cozinha e seria lido
pela casa toda.
Vitória,
terça-feira, 03 de fevereiro de 2004.
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