Costumização das Leis
Transformar em
costumes.
De repente me dei
conta de que as elites colocaram a revolução na mão do povo, sempre e em toda
parte, porque lhe deram leis.
Pode parecer
absurdo, mas não é, porque as leis são revolucionárias, por dois motivos: 1)
elas delimitam o que as elites podem ou não podem fazer; 2) como são
declaratórias, não se exigindo cumprimento mais que unilateral, do lado do
povo, elas podem acossar as elites.
Para colocar as
elites em cheque e em cheque-mate basta exigir o cumprimento das leis que elas
mesmas fizeram e ofereceram, nos limites de sua potência ou impotência, isto é,
no limite de sua relação de força ou de poder, o que começaria pela LEITURA DAS
LEIS E DA CONSTITUIÇÃO, esta que é máxima verdade ou máxima mentira - tal como
venho pedindo desde 1988. Essa leitura constitucional e das leis em sala de
aula é o começo aterrador de uma grande revolução, a de REALIZAÇÃO DAS LEIS, a
de fazê-las sair do virtual, da promessa de cumprimento para o cumprimento
efetivo. Na realidade, agora que pensei mais firmemente, vejo que essa é uma
grande revolução em marcha, com uma providência tão simples quanto apenas ler
as leis em grupos de PESSOAS (grupos de indivíduos, de famílias, de grupos, de
empresas) e até de AMBIENTES (de municípios/cidades, de estados, de nações do
mundo). Ora, o que acontece é que a leitura tem sido fracionada, um de cada vez
ou os poucos que sabem tirar proveito, quer dizer, os advogados ou os formados
em advocacia. Os demais temos ficado de fora. É interessante como o mundo se
torna transparente quando lemos qualquer lei ou a constituição! Pois ainda que
tal leitura não seja proibida, não é estimulada, nunca foi; só os advogados são
supostos obrigados ou interessados em ler leis e é porisso mesmo que a leitura
unilateral delas por eles coloca o mundo em suas mãos e que tantos deles se
tornam políticos e enfeixam o poder em nome de sua classe, a burguesia.
Quando o povo
começar a leitura tudo isso desmoronará.
Quem diria que seria
por tal meio tão simples?
Vitória,
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2004.
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