domingo, 14 de maio de 2017


As Mulheres Conversam

 

                            Se, como dizem, a língua inglesa recebe três mil vocábulos a cada cinco anos ou coisa parecida evidentemente ela está crescendo muito depressa; e se tem hoje 500 mil palavras podemos dividir 1.000/5 para obter 200 períodos de cinco anos, vezes três mil palavras igual a 600 mil, querendo dizer que nos mais recentes mil anos ela somou pouco mais do que o todo, o que é ilógico; o ritmo devia ser bem menor. Quantas palavras teria na época de Shakespeare (inglês, 1564 a 1616, 52 anos entre datas) ou pelo menos em 1500? Quantas teria tido no ano do nascimento de Cristo?

                            Deveríamos remontar para ir reduzindo o dicionário inglês a um punhado de palavras lá pela pré-história. E em algum momento ele se confundiria com todos os demais na EVA MITOCONDRIAL e no ADÃO Y de uns 200 mil anos para trás na África.

                            Já vimos na coletânea A Expansão dos Sapiens e no Modelo da Caverna que os homens (machos e pseudofêmeas) e as mulheres (fêmeas e pseudomachos) tinham línguas diferentes, depois confundidas nessas que temos hoje. A Voz das Mulheres dizia respeito ao interior da caverna, à coleta, ao cuidado dos que ficavam com elas (veja os vários textos, em particular A Família é uma Aberração, neste Livro 66), ao domínio dos gatos (é possível que os gatos obedeçam a elas, mas não a nós), bem como os cachorros de boca pequena que elas dominavam com um certo jeito de falar; os animais domesticados, etc. As PALAVRAS DE CAÇA dos homens eram outras, que elas também não atinavam (igualmente, os cachorros grandes e de bocas grandes não vão obedecer a elas; nem os gatos grandes que, penso eu, acompanhavam os homens).

                            As PALAVRAS DE COLETA das mulheres eram para designar as coisas em volta ou dentro das cavernas e devem ter ainda, caso possam ser reunidas, um jeito de pensar e conotar que é feminino, que é visão ou percepção-de-mundo delas. Se pudesse ser feito um DICIONÁRIO DA COLETA nós conseguiríamos ver o mundo como ele era entre os hominídeos que ficaram nas cavernas 10 milhões de anos e entre os sapiens que por 100, 50 ou 35 mil anos herdaram aqueles ambientes, antes de todos saírem para construir cidades e fundir as duas vozes nesse emaranhado que existe hoje.

                            Vitória, terça-feira, 17 de fevereiro de 2004.

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