sexta-feira, 12 de maio de 2017


As Chagas do Guerreiro

 

                            Essa coisa de os desenhos e os documentários mostrarem todos indo caçar não passa de balela, pois a lógica do Modelo da Caverna dos homens (machos e pseudofêmeas) caçadores e das mulheres (fêmeas e pseudomachos) coletores é implacável.

                            As fêmeas ficavam permanentemente grávidas, mal desbarrigando de um e já embarrigando de outro, porque a Natureza quer isso, tentar o maior e melhor futuro possível; as fêmeas que não podiam engravidar (inclusive os pseudomachos) se sentiam as últimas das mulheres e literalmente eram mesmo, desprezadas e escorraçadas, tendendo a supertrabalhar para compensar seu peso morto, como já raciocinamos. Quem não ficava grávida tinha inveja de quem ficava. E as mulheres que podiam tinham o maior número possível de filhos. A competição por esperma era aguda. O cenário seria: mulheres, crianças, velhos e velhas, doentes, aleijados, anões e anãs, gatos, cachorros pequenos e demais criação incipiente durante os dez milhões de anos hominídeos ficavam na casa-caverna, ao passo que os homens saíam para caçar, ficando dias, semanas e até meses fora. Com certeza não sobravam muitos predadores nas redondezas porque os caçadores caçavam primeiro os que estavam próximo e depois os distantes, é a lógica; iam “varrendo” em círculos concêntricos com a Caverna geral.

                            Enfim, os homens iam, as mulheres ficavam.

                            As mulheres não lidavam com animais grandes (se acontecia de eventualmente um chegar, comia todo mundo, não poderia haver muita oposição – os homens voltavam e encontravam todos destroçados; deviam transar com as pseudofêmeas que tinham ido para começar uma nova caverna), não conheciam a MORTE APAVORANTE, digamos assim, a morte sangrenta por estraçalhamento, aquela de romper os vasos e sangrar até morrer. Esse tipo de enfrentamento elas não tinham ou raramente tinham. Então, os guerreiros já eram admirados em geral; no particular os que tinham sofrido ataques (até os com pés e pernas ou mãos e braços cortados), especialmente os que sobreviviam para mostrar, tendo as cicatrizes para demonstrar sua tragédia VENCIDA, eram admiradíssimos. Podemos prever que no inconsciente delas os que atualmente sofrem operações (os homens, não as mulheres) serão objeto da mesma veneração, o que se pode testar, colocando um fraquinho, mas com cicatrizes, e vários fortes luzidios, sem qualquer marca, e soltando as mulheres.

                            Vitória, segunda-feira, 09 de fevereiro de 2004.

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