Aquele Gigantesco
Prêmio
Durante várias
décadas esperei ardentemente um prêmio tão grande quanto imaginava estavam
sendo valiosos os meus esforços, como, penso, acontece com tanta gente; então
deparei com o que chamarei de “argumento infinito”, pois se o não-finito se
opõe na soma zero de pares polares opostos/complementares, então no não-finito,
em algum momento, há um salto não-finito de completamento dos doze nós da
pontescada científica (Física/química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3,
Informática/p.4, Cosmologia/p.5, Dialógica/p.6), dentro do Conhecimento
(Magia-Arte, Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência/-Técnica) e
Matemática, por esse ente irredutível que é chamado Deus, tornando-se ele Um
com a Natureza e completando o círculo.
Vai daí que não tem
importância resolvermos os problemas PORQUE, dado que o universo existe é
porque ele foi criado (pelo acaso da Natureza ou pela necessidade de Deus, ou
ambos); tendo sido criado as soluções foram postas antes mesmo de nos fazermos
as perguntas, ou seja, no não-finito elas existem desde sempre. Toda satisfação
de re-solver os problemas a nada mais se refere que a uma segunda solução,
re-solução, pois uma primeira já houve. Tudo que resolvermos já terá sido
resolvido antes, não somos mais que macacos repetidores.
Na realidade, tal
argumento obstaculizou toda a minha existência e por pouco não parei tudo,
mesmo, porque já não fazia sentido. Ficou só o compromisso da inércia e de
gostar de alguns, pois tudo parecia orgulho dos tolos, e é, mas também é
convivência, uma vez que convivemos – tudo é imensamente gratuito, por nada,
por cada prazer que cada um tenha e queira ter, porque no fundo nada importa,
mesmo. Ainda que, estando na carne, de algumas coisas possamos gostar.
Daí aquele prêmio
gigantesco deixou de fazer qualquer sentido e de ter qualquer urgência.
Vitória, domingo, 22
de fevereiro de 2004.
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