Amando
a Cristo-Deus
Como já vimos, esses não são os nomes deles.
1) Deus é o nome geral
da função não-finita (seria como chamar a Adalto “engenheiro”, pela tarefa e
não por sua condição de nome próprio); não adianta nada os judeus, com seu
super-respeito, dizem D’us para evitarem falar Deus – Deus não é nome, é cátedra,
função, tarefa: o nome sagrado não-falado é outro, é o que Deus aceita entre os
racionais, aquele que os judeus esqueceram ou esqueceram a pronúncia, dizendo
Jeová como fonemas falados, sons explicitados;
2) De Jesus Cristo,
Jesus é o mesmo nome de Josué, Salvador, e Cristo é Ungido, escolhido, Salvador
Escolhido, é um apelativo, como um apelido [porisso todas essas tumbas, não
levando isso em consideração, serão sempre falsas, o nome dele era outro,
Emanuel em sua versão hebraica tanto quanto na aramaica, Emmanuel (hebraico: עמנואל, "Deus conosco"); o certo seria procurar
uma tumba com o nome de Emanuel, que estará vazia, será aquela no paredão de
pedra, tal como descrito].
Então, nem Deus, nem Jesus Cristo são nomes
de Cristo-Deus, são apenas apelidos para a ação no plano da criação natural, da
existência da Natureza decadente – são nomes com que entram na esfera do
elemento insubsistente, este que desaparece com o tempo, onde o tempo decorre e
acontecem as transformações. São trajes lógico-dialéticos que são descartados
quando Cristo-Deus abandona o plano das gerações, este que surge e desaparece.
Então, como chamar a Deus e a Cristo?
Não há nome (nem aquela multiplicidade dos
árabes-muçulmanos para Alá = ABBA, é tudo malévolo e abusivo) que conheçamos ou
possamos conhecer, se ele não nos quiser dizer.
É desejável para quem reze, para quem ore, evitar
dizer alcunhas – é preferível rezar em sua emoção (chamada “coração”), ou em
sua razão, fugindo deste ou daquele nome aparentemente sublime, submissão
rasteira. E, como vimos, para rezar é preciso estar em dois (pois Jesus disse, “onde
estiverem dois, serei o terceiro” – um, sozinho, não pode rezar, nada será
ouvido por Cristo-Deus).
Por conseguinte, amar a Cristo-Deus é ato
profundíssimo, único, elevada e enlevada ou apaixonada reunião com o
não-finito: para ser eficaz a pessoa deve aproveitar o instante, despindo-se de
tudo, de toda memória, e entrando nua de si e de tudo mais.
Como disse, desde ainda quando ia aos postos
fiscais nas conduções (começou em julho de 1992 e terminou 13 anos depois, já
operado no coração em 2013, até 2015) comecei a entrar em êxtase, o que agora
posso fazer em qualquer lugar, qualquer tempo, qualquer barulho, qualquer
condição – porém, não peço propriamente em oração, embora peça. Faço de noite
antes de dormir ou de manhã depois de acordar, pois não há compromissos a
atender.
Como disse Clarice Lispector, é
intransferível.
Vitória, sábado, 13 de maio de 2017.
GAVA.
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