sábado, 13 de maio de 2017


Amando a Cristo-Deus

 

Como já vimos, esses não são os nomes deles.

1)      Deus é o nome geral da função não-finita (seria como chamar a Adalto “engenheiro”, pela tarefa e não por sua condição de nome próprio); não adianta nada os judeus, com seu super-respeito, dizem D’us para evitarem falar Deus – Deus não é nome, é cátedra, função, tarefa: o nome sagrado não-falado é outro, é o que Deus aceita entre os racionais, aquele que os judeus esqueceram ou esqueceram a pronúncia, dizendo Jeová como fonemas falados, sons explicitados;

2)     De Jesus Cristo, Jesus é o mesmo nome de Josué, Salvador, e Cristo é Ungido, escolhido, Salvador Escolhido, é um apelativo, como um apelido [porisso todas essas tumbas, não levando isso em consideração, serão sempre falsas, o nome dele era outro, Emanuel em sua versão hebraica tanto quanto na aramaica, Emmanuel (hebraico: עמנואל, "Deus conosco"); o certo seria procurar uma tumba com o nome de Emanuel, que estará vazia, será aquela no paredão de pedra, tal como descrito].

Então, nem Deus, nem Jesus Cristo são nomes de Cristo-Deus, são apenas apelidos para a ação no plano da criação natural, da existência da Natureza decadente – são nomes com que entram na esfera do elemento insubsistente, este que desaparece com o tempo, onde o tempo decorre e acontecem as transformações. São trajes lógico-dialéticos que são descartados quando Cristo-Deus abandona o plano das gerações, este que surge e desaparece.

Então, como chamar a Deus e a Cristo?

Não há nome (nem aquela multiplicidade dos árabes-muçulmanos para Alá = ABBA, é tudo malévolo e abusivo) que conheçamos ou possamos conhecer, se ele não nos quiser dizer.

É desejável para quem reze, para quem ore, evitar dizer alcunhas – é preferível rezar em sua emoção (chamada “coração”), ou em sua razão, fugindo deste ou daquele nome aparentemente sublime, submissão rasteira. E, como vimos, para rezar é preciso estar em dois (pois Jesus disse, “onde estiverem dois, serei o terceiro” – um, sozinho, não pode rezar, nada será ouvido por Cristo-Deus).

Por conseguinte, amar a Cristo-Deus é ato profundíssimo, único, elevada e enlevada ou apaixonada reunião com o não-finito: para ser eficaz a pessoa deve aproveitar o instante, despindo-se de tudo, de toda memória, e entrando nua de si e de tudo mais.

Como disse, desde ainda quando ia aos postos fiscais nas conduções (começou em julho de 1992 e terminou 13 anos depois, já operado no coração em 2013, até 2015) comecei a entrar em êxtase, o que agora posso fazer em qualquer lugar, qualquer tempo, qualquer barulho, qualquer condição – porém, não peço propriamente em oração, embora peça. Faço de noite antes de dormir ou de manhã depois de acordar, pois não há compromissos a atender.

Como disse Clarice Lispector, é intransferível.

Vitória, sábado, 13 de maio de 2017.

GAVA.

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