A Volta dos
Guerreiros
Olhemos os
guerreiros (na proporção de 45 + 5 = 50 %, idealmente; mas, na realidade,
fazendo os descontos de A Família é uma
Aberração, Livro 66, ficando no máximo em 20, talvez 10 % do total) no
Modelo da Caverna, os homens (machos e pseudofêmeas) caçadores – dado que as
mulheres (fêmeas e pseudomachos) eram coletoras, tomando conta de 90 a 80 % de
todos.
Lá iam os guerreiros
caçar por dias, semanas, meses.
REPAREMOS SUA VOLTA
·
Vinham
com todo tipo de presentes (carnes, em primeiro lugar; depois peles, galhos
bonitos, pedras brilhantes, pássaros diferentes, etc.);
·
Traziam
feridas dos ataques que faziam e recebiam (as cicatrizes eram como medalhas de
guerra). Quanto mais feridas cicatrizadas os sobreviventes tinham, mais
apreciados eram. Por outro lado, aqueles cujas feridas não cicatrizavam eram
desprezados;
·
Contavam
os casos das batalhas contra os gigantes (ninguém vai achar graça na caça de
coelhos). Quem morreu, quem viveu?;
·
Porventura
uma ou outra pseudofêmea voltava grávida;
·
Era
garantia de sexo contínuo e avassalador para as mulheres, a começar da Mãe
Dominante;
·
A
fartura de proteína significa esbanjamento, quer dizer, festas (os homens
foram, com toda certeza, os inventores delas, até porque a chance de morrer era
muito maior – ainda maior então que agora);
·
Contavam
de novas cavernas a ocupar e das paisagens vistas, dos locais a explorar (desde
que as fêmeas hábeis quisessem ir); e assim por diante.
A vida das mulheres era muito comedida
e repetitiva, chata demais, a mesma coisa todos os dias, todos os anos, décadas
a fio, sem qualquer novidade, pelo quê as voltas (e as saídas, porque
significavam o retorno) era celebradíssimas. Sem os guerreiros a vida era um
horror de continuidade e mesmice, um ciclo enfadonho demais.
Hoje em dia não é possível viver de
novo aquelas emoções, porque já não há (nem nas guerras) uma volta maciça
assim.
Vitória, sábado, 28 de fevereiro de
2004.
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