A Viagem da Mulher
Seguindo a trilha de
A Expansão dos Sapiens vimos na
coletânea, falando do Modelo da Caverna, que as mulheres (fêmeas e
pseudomachos) coletoras, contrariamente aos homens (machos e pseudofêmeas), têm
procedimentos muito mais demorados e cuidadosos e que seus carros serão
diferentes, os chamados carros-caverna, carros-casa. É que ao sair elas devem
levar a casa consigo, o que idealmente significa todo um estoque: roupas,
vasilhas, uma quantidade imensa de coisas, isso que na modernidade é
representado pelas muitas malas.
Assim, ao levar as
mulheres os homens devem indicar onde comer, onde urinar, onde comprar
remédios, todo tipo de coisas que elas fariam nas cavernas ou nas casas; de
cidade em cidade seria preciso indicar isso, pausadamente. É claro que hoje em
dia dizendo-se cidade já se supõe que haja de tudo, todo tipo de Economia
(agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio, serviços e bancos) para a coleta
diária delas, de modo que não é preciso afirmar constantemente, porque está
implícito. Mas antes era. Já foi visto em A
Noite e os Grandes Espaços, Livro 51, que elas ficam aterrorizadas com os
espaços abertos e a noite, tempo da morte e dos predadores, e que os homens
devem apaziguá-las.
Assim, seria preciso
falar da Bandeira Elementar (ar, água, terra/solo, fogo/energia, no centro a
Vida, no centro do centro a Vida-racional), da Bandeira da Proteção (lar,
armazenamento, saúde, segurança, transportes) e das outras bandeiras. Enfim,
COMO É A CAVERNA DE LÁ? Como é a casa em que se ficará durante a viagem (é o
carro, o trem, etc., a maior parte do tempo, ou hotéis, motéis e o resto) e a
casa no término dela? Há água por perto? Os temores ainda são os primitivos, de
milhares e milhões de anos atrás. É preciso pensar que na mente atual das
mulheres, construída sobre a mente antiga delas, ainda há na retaguarda a
caverna-símbolo, a que elas se referem instintivamente. Nas costas delas sempre
deve estar simbolizada a caverna e os homens devem levar em contar essa
transição entre o ter-caverna, que é agoraqui, e o não-ter que está no
trânsito, o susto e o perigo de se abandonar a caverna querida em busca de
aventura. Deve ter sido um custo convencê-las a migrar com o nomadismo (razão
pela qual foi preciso levar a caverna-tenda junto, de ponto em ponto).
Vitória,
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2004.
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