A Velhice dos
Super-Heróis
Naturalmente seriam
aqueles super-heróis mais conhecidos (Super-Homem, Mulher-Maravilha, Mandrake,
Flash, etc.), só que agora velhos e fracos, mas sem deboche, de modo que os
vejamos abandonados pelos filhos e parentes, em asilos, contando os superfeitos
do passado, quando eram aplaudidos e reverenciados, porém agora sem qualquer
platéia, fora uns aos outros. Pode render uma série, se bem feito o primeiro
filme. Ainda teriam superpoderes envelhecidos, quer dizer, enfraquecidos, por
exemplo, mágicas fraquinhas do Mandrake.
Contariam as suas
superimportâncias antigas (algumas renderiam filmes, tanto reais quanto em
computação gráfica e desenho animado), sendo isso uma franca lição a todos nós
que abandonamos os velhos reais, que se não foram super-heróis, pelo menos
foram superlegais conosco, como nossos pais e mães, tios e tias, todos nós que
agora somos velhos. No meio dos contos os velhos e velhas reais seriam
entrevistados, contando o que fizeram antes – podendo-se até fazer algumas
reconstituições de época, entrando na questão da relação entre velhos e novos,
vendo a questão dos hospitais, dos abrigos, da vida em casa, da vida
independente, com uma série de conselhos aos idosos para não confiarem
totalmente nos jovens, para se preservarem; e sobre aproveitamento de sua
sabedoria, ganha com grande dificuldade nas lutas de seu tempo. Doença e saúde,
poupança, trabalho, discussão da dignidade; a brincadeira se presta a um
projeto de largo curso dos governempresas, jocosamente dando início a uma
grande discussão de fundo.
Vitória,
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2004.
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