quarta-feira, 17 de maio de 2017


A Adrenalina Nossa de Cada Dia

 

                            Vimos percebendo aos poucos no Modelo da Caverna que gerou a coletânea A Expansão dos Sapiens que as coisas não eram exatamente como são mostradas e eram de fato até bem diferentes. De fato, aparece cada vez mais que foram as mulheres que inventaram quase todas as coisas iniciais e que elas é que tomavam conta de 80 a 90 % da população, sendo os guerreiros de 20 a 10 %, depois sim com um exercício desproporcional de autoridade quando os excedentes da agropecuária e do extrativismo inventados pelas mulheres passaram ao nosso lado, quando do assentamento em cidades.

                            O cenário que se desenha é este: 1) as mulheres (fêmeas e pseudomachos) ficavam em volta das cavernas com gatos vigilantes dos bebês e cachorros de boca pequena a caçar a chamada “pequena proteína” de alimentação geral (inclusive roedores – mas não ratos, impiedosamente mortos, porque traziam doenças para OS MENINOS, os amados das mulheres -, aves, insetos, etc.), o que deve ter promovido um despovoamento precoce, prematuro, pois eram muitas as bocas a alimentar; 2) os homens (machos e pseudofêmeas) saíam a caçar o que poderíamos apelidar de “grande proteína” com os cachorros de boca grande e os grandes gatos (por enquanto desaparecidos do cenário; é preciso ainda provar sua existência – as mulheres tinham horror a eles, dado que com suas bocas grandes podiam de uma bocada só comer pedaços grandes dos bebês).

                            Esses 10 a 20 % de homens eram mandados TODOS OS DIAS (exceto, na volta, aqueles do emprenhamento geral – as pseudofêmeas deviam emprenhar simbolicamente as estéreis; a Natureza não podia perder UMA OPORTUNIDADE QUE FOSSE de gravidez real; como os pseudomachos também deviam engravidar simbolicamente, de fato isso não importava, pois os machos estavam sempre dispostos a depositar esperma) em busca de cargas de carne e passavam dias, semanas, meses fora. Lembre-se que não havia contagem de tempo para além de dia-e-noite e do mês das mulheres, 29 dias da Lua.

                            Assim sendo, nos dez milhões de anos hominídeos os homens devem ter passado o tempo todo caçando e, portanto, dependendo quase que diariamente de cargas de adrenalina, que estão relativamente ausentes hoje em dia, de modo que posso prever que será necessário injetar adrenalina sintética para restabelecer o equilíbrio masculino (nas pseudofêmeas também, mas não nos pseudomachos), porque o corpo masculino tornou-se FORTEMENTE dependente de adrenalina natural. Se não tomar adoecerá, mas isso deve ser graduado com a Curva do Sino ou das Distribuições Estatísticas, pois nem todos são iguais, uns necessitam mais que outros, evidentemente.

                            Você sabe, há uma invenção pública de sonhos através das artes, por exemplo, cinema, que promove a catarse, o descarregamento (que o povo brasileiro chamaria de “descarrego” – “vou descarregar”) de ira e ódio, para o quê os machos foram preparados por milhões de anos. Ora, se não houver essa descarga diária ela acumulará sob a forma de tensão, de armação da mola ou tensor dialético e descarregará automaticamente na primeira oportunidade (com os homens batendo em quem estiver à volta, em geral mulher e filhos, cachorros, gatos, outros homens, o que for). Por conseguinte os governempresas devem promover modos de descarregar essa raiva pulsante, ou injetando adrenalina sintética ou colocando ginásios onde os homens extravasem sua ira contida. Até mesmo os “elegantes” precisam disso, de dar porrada e correr riscos todos os dias, até que essa coisa seja desconstruída pela arquiengenharia genética, se for útil fazê-lo.

                            Acho que pequenas pastilhas de adrenalina sintética, AAS (nome de um remédio, já; é preciso chegar a um acordo – talvez ele possa ser usado simultaneamente, incorporando), porque penso que isso é necessário às funções masculinas, do coração às glândulas (mas se for administrado a pseudomacho causará danos).

                            Vitória, sábado, 21 de fevereiro de 2004.

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