Os
Que Morreram Queimados no Brilho
Ia passando no calçadão de Jacaraípe,
balneário da Serra, ES, quando vi do poste baixo, situado à esquerda, arriada a
guarnição da lâmpada situada à direita, que o povo chama “prato”: dentro dela
havia incontáveis exoesqueletos de insetos secos. Entram para se esquentar no
calor da lâmpada e lá morrem.
AS
MARI-POSAM
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As Mariposa
As mariposa quando chega o frio
Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si isquentá Elas roda, roda, roda e dispois se senta Em cima do prato da lâmpida pra descansá (2x)
Eu sou a lâmpida
E as muié é as mariposa Que fica dando vorta em vorta de mim Todas noite só pra me beijá
As mariposa quando chega o frio
Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si isquentá Elas roda, roda, roda e dispois se senta Em cima do prato da lâmpida pra descansá (2x)
Tá muitu bom...
Mas num vai si acostumá, viu Dona mariposinha? |
Morrem literalmente queimadas no calor que
vem junto do brilho.
DO MESMO MODO MORREM
OS HUMANOS COM A INTENSIDADE DA FALTA (são carentes de presença e para
esquecer, morrem assim: dão um salto tão alto que se espatifam, ultrapassam a
barreira do corpo)
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SALTADOR
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CONTANDO A VIDA SOB
ESSA ÓTICA
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Não se trata de quais indivíduos, e quais
nomes famosos, nem de exploração, mas de ajudar: tinham de sobra as coisas
materiais, mas faltava alimentação mental, muitas vezes trabalho, inclusive
trabalho caritativo.
Gente demais em volta, mas gente de menos no
coração/emoção e na mente/razão – não tinham com que se ocupar, pensavam demais
em si. Excesso, como vemos, pode ser falta também, e frequentemente é. É
preciso investigar: excesso de mídia, excesso de objetos, excesso de dinheiro –
literalmente “falta do que fazer”, como diz o povo.
Proporcionar ocupações é o melhor remédio.
Na falta do que fazer e de com quem conversar
coisas úteis, eles e elas dão saltos muito altos tentando esquecer, como antes
se fazia com as bebidas.
Neste caso, basta as instituições
proporcionarem tarefas.
Serra, sábado, 08 de agosto de 2015.
GAVA.
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